Além dos negócios imobiliários, Carlos Gerdau Johannpeter acelera a aposta em nanotecnologia. Filho de Jorge Gerdau Johannpeter, deixou a carreira de executivo no Grupo Gerdau há quase 25 anos para tocar iniciativas próprias.
A nanotecnologia decorreu de “vocação natural” na área de materiais, detalha. Foi diretor de aços da Gerdau, onde acumulou conhecimentos sobre metalurgia, física e química. E montou, com ex-executivos da empresa da família, a Domus Nanotech: o ex-vice-presidente Joaquim Bauer e o ex-diretor de aços especiais Joaquim Durão. Como convém a uma empresa de seu tempo, tem duas mulheres na alta gestão> Suzana Kakuta, diretora da Tecnosinos, e Thuany Maraschin, doutorada com 11 anos de experiência em materiais nanoestruturados.
- É um time melhor do que eu, como deve ser. Estamos estudando grafeno há três ou quatro anos, quando não havia nem de perto a visibilidade que tem hoje – detalhou.
Formalmente, a Domus Nanotech existe há três meses. Nesse estágio inicial, tem previsão de investimento de R$ 3 milhões em dois anos. Parece pouco para qeum carrega “Gerdau” no nome, mas no universo das startups é uma mega-aposta, E Carlos avisa:
- Na medida em que criemos resultados e nossas teses se confirmem, esse número vai aumentar bastante. Parte já está investida, parte é prevista para o próximo ano, outro tanto ainda está em construção.
A Domus Nanotech já tem clientes. O que pode ser revelado – há contratos de confidencialidade – é a Biosens, startup que atua em pesquisa, desenvolvimento, produção e comercialização de biossensores que pretende ampliar o acesso a diagnósticos laboratoriais. Com base em eletrodos de grafeno, oferece exames que conseguem detectar precocemente uma doença que afeta a coagulação do sangue. Segundo Carlos, ainda há soluções aplicadas aos segmentos de resina plásticas, vernizes, baterias elétricas e construção.
- Temos conversas com empresas de cimento, concreto, outra frente com grande potencial. O princípio geral é reduzir custo e aumentar eficiência, facilitando o acesso.